quarta-feira, 18 de abril de 2012

Intolerância a lactose


A pedido de uma leitora, hoje vamos falar sobre intolerância a lactose, uma síndrome que acomete grande parte da população brasileira.
 O que é a intolerância a lactose?
Uma síndrome clinica caracterizada pela incapacidade (total ou parcial) de digerir a lactase, uma enzima responsável pela digestão do açúcar do leite (lactose) e de seus derivados.
Quais são os tipos?
A intolerância a lactose pode ser primária ou secundária.  Mas primeiro é importante entender a diferença existente entre duas situações: a intolerância e a alergia, que são constantemente confundidas.

A intolerância é uma reação adversa aos alimentos que envolvem a digestão ou o metabolismo, porém não o sistema imunitário. A alergia é uma resposta do sistema imunológico a componentes alimentares, geralmente proteínas; é quase que exclusivamente limitada aos recém-nascidos.

A deficiência primária é o tipo mais comum na população, consiste numa tendência natural do organismo em diminuir a produção de lactase com o avançar da idade.

Já a deficiência secundária é uma resposta às infecções intestinais, como a diarreia persistente, bastante comum em crianças no primeiro ano de vida, na qual provoca a morte das células da mucosa intestinal, produtoras de lactase.   E à medida que as células são recuperadas a deficiência vai sendo eliminada.
   

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns são: gases, desconforto e dor abdominal, diarreia ou às vezes constipação e náuseas. Geralmente os sintomas aparecem entre 30 minutos e 2 horas após a ingestão de leite ou derivados. A gravidade dos sintomas vai depender da quantidade de lactose que foi ingerida e a quantidade que é tolerada pelo organismo.
Como saber se você tem intolerância à lactose?
Se você se identifica com os sintomas citados acima sempre que ingere leite e derivados, é importante que você procure um médico.   Através do teste de tolerância à lactose ,o exame mais comum, o médico poderá confirmar o diagnóstico.
 Para fazer este teste o paciente ingere em jejum um líquido com dose concentrada de lactose e durante duas horas obtêm-se várias amostras de sangue para medir o nível de glicose, que reflete a digestão do açúcar do leite. Se a lactose não é quebrada, o nível de glicose no sangue não aumentará e, consequentemente, o diagnóstico de intolerância à lactose será confirmado.

Qual o tratamento para a intolerância a lactose?
Não existe cura para a intolerância à lactose, mas é possível tratar os sintomas limitando, ou em alguns casos, evitando produtos com leite ou derivados.

A orientação de um nutricionista poderá auxilia-lo melhor, pois o tratamento deve ser individualizado com uma adaptação aos hábitos alimentares, onde cada pessoa aprenderá sobre quais alimentos lácteos poderá ingerir sem sentir sintomas.

 Outra opção bastante comum é o uso de cápsulas de lactase, um suplemento alimentar que auxilia na digestão da lactose. Atualmente só é comercializado  no exterior, no Brasil somente é encontrado em farmácias de manipulação, mediante a apresentação de receita fornecida pelo seu nutricionista.


Cara leitora espero, ter esclarecido suas dúvidas, caso contrário faça sua pergunta na caixa de comentários que eu estarei respondendo.


Referências:
Tulla H. Lactose Intolerance. Journal of the American College of Nutrition, Vol. 19, No. 2, 165S–175S (2000).
Manual de Nutrição Clínica:para atendimento ambulatorial do adulto.Leila Sicupira Carneiro de Souza Leão, Maria do Carmo Rebello Gomes. 11ª.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.



terça-feira, 10 de abril de 2012

Fibras

        A inclusão de fibras na alimentação diária ajuda a prevenir muitos problemas e traz inúmeros benefícios. Como o controle do peso dado pela sensação de saciedade que proporciona; ajuda a evitar a constipação e atua na prevenção e no tratamento de algumas doenças.
O maior efeito benéfico das fibras alimentares na saúde está relacionado com o tubo digestório, proporcionando a formação de bolo fecal com maior umidade e peso, facilitando a eliminação fecal regular e diminuindo a permanência do bolo fecal no intestino grosso.

Mas se o consumo de fibras não for associado à ingestão de no mínimo 2,0 litros de água/dia, é certo que  a constipação aparecerá gerando um efeito inverso do que foi esperado.
As fibras são substâncias de origem vegetal que não são consideradas fontes de energia, porque não podem ser digeridas pelas enzimas do sistema digestivo humano.

De acordo com suas propriedades físicas são classificadas em solúveis e insolúveis.

As Fibras solúveis têm a habilidade de se ligar à água e formar géis, servindo também de alimento para bactérias do intestino.
Fazem parte deste grupo as pectinas, gomas (presente nas sementes), o psyllium e algumas hemiceluloses. Estão presentes nos seguintes alimentos: aveia, linhaça,  cevada, frutas, leguminosas, sementes entre outros.
Pectinas: são encontradas nas frutas, geralmente na casca de frutas cítricas, como o maracujá e na polpa da maçã. São utilizadas na indústria de alimentos por suas características funcionais, como por exemplo, para formar géis no preparo de geleias.
As fibras solúveis exercem efeitos sobre o organismo diminuindo o colesterol sanguíneo, retarda a absorção de glicose e retém umidade nos excrementos, amolecendo-os facilitando a excreção do bolo fecal.
Fibras insolúveis são encontradas em todos os tipos de substância vegetal. A principal fonte está presente nas camadas externas de grãos de cereais. Fazem parte deste grupo os farelos de cereais (trigo, milho), grãos integrais (pães, biscoitos, arroz, macarrão não refinado), oleaginosas (nozes, amêndoas e castanha do Brasil).
O importante efeito fisiológico das fibras insolúveis ocorre sobre o cólon, aumentando o volume do bolo fecal e a sua velocidade de passagem pelo colón.


Dúvidas mais comuns:
Qual a quantidade diária de fibra recomendada, que devemos ingerir?
A recomendação de fibras para adultos é de 20 a 30 g/dia (ADA, 2001).

Quais alimentos contêm fibras?
Alimentos ricos em fibras solúveis: abacate, abacaxi, acerola, agrião, alface, alho, almeirão, ameixa, avelã, banana-da-terra, banana-maçã, banana-prata, batata, berinjela, beterraba cozida, caqui, cará, cebola, cenoura cozida, figo, fruta-do-conde, inhame, jabuticaba, jaca, jambo, kiwi, laranja, maçã, mamão, mandioca, manga, maracujá, maxixe, melancia, melão, mostarda, nabo, nêspera, nozes, pepino, pera, pêssego, rabanete, repolho, tangerina, uva.
Alimentos ricos em fibras insolúveis: abóbora, abobrinha, acelga, agrião, alho-poró, amêndoas, aspargo, azeitona, banana-d’água, bertalha, brócolis, caju, carambola, castanha, chicória, cogumelo, couve- flor, espinafre, goiaba, jatobá, jiló, morango, palmito, pimentão, quiabo, taioba, tomate, vagem.  
Quais  alimentos  são praticamente isentos de fibras?
Geralmente, as proteínas animais (carnes, leite, ovos, peixe, queijos), as gorduras (manteiga, óleos em geral, creme de leite), vários tipos de doces e massas com cereais refinados.
As fibras presentes nos alimentos são todas iguais?
Não. As fibras podem ser solúveis ou insolúveis. Ambos os tipos estão presentes em quase todos os alimentos que contêm fibras, em maior ou menor quantidade. Para o bom funcionamento intestinal, recomenda-se a ingestão balanceada de fibras solúveis e insolúveis.

Referência Bibliográfica: Manual de Nutrição Clínica:para atendimento ambulatorial do adulto.Leila Sicupira Carneiro de Souza Leão, Maria do Carmo Rebello Gomes. 11ª.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

Orientações nutricionais para insônia

A incapacidade de pegar no sono ou manter o sono, não é considerada uma doença, mas  é decorrente de um problema ou doença mais grave.
Existem 2 tipos de insônia: as situacionais, que afetam as pessoas que passam por dificuldades ocasionais e as patológicas que atingem indivíduos  com doenças psicofisiológicas mais graves, como  depressão ou ansiedade.

A dieta deve ser equilibrada, rica em substâncias que facilitem o sono e que favoreçam uma fácil digestão , preparações gordurosas, bebidas energéticas e o excesso de alimentos devem ser evitados no período noturno.
                       Preferir:
  • Chás de ervas (erva- doce, alface, camomila, capim- limão, maçã);
  • Preparações mornas e com pouco volume: caldos, sopas, mingais ( aumentam o fluxo sanguíneo gástrico reduzindo o cerebral, facilitando o sono);
  • Leite morno;
  • Nozes;
                      Evitar:
  •  Chá- preto, Chá mate;
  • Guaraná natural;
  • Cafeína

Referência Bibliográfica: Manual de Nutrição Clínica:para atendimento ambulatorial do adulto.Leila Sicupira Carneiro de Souza Leão, Maria do Carmo Rebello Gomes. 11ª.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. 

 

quarta-feira, 28 de março de 2012

                               

Semana Santa


A Semana Santa é uma tradição religiosa da igreja católica que celebra a Paixão, a Morte e a ressureição de Jesus Cristo. E de acordo com a igreja católica durante a Semana Santa faz-se a pratica do jejum, uma abstenção voluntária que substitui a carne vermelha por peixes e frutos do mar.
 Apesar do consumo de pescados ser mais elevado durante a Semana Santa, o brasileiro consome geralmente 9 Kg por ano, sendo que a Organização Mundial de Saúde recomenda 12 Kg de pescado por habitante/ano.
O peixe são fontes naturais de proteínas para o organismo, fornecem também outros nutrientes importantes, como vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais.

São ricos em ácidos graxos poliinsaturados, um tipo de gordura considerada saudável, destacando-se o ômega-3, encontrado principalmente em peixes de águas profundas e frias, como salmão, sardinha, cavala, arenque e atum.
Apesar de trazer muitos benefícios a saúde, quero lembrar que, aquelas pessoas que tem níveis elevados de ácido úrico, devem  evitar alguns tipos de peixes com o alto teor de purinas como: sardinha, salmão, truta, cavala, bacalhau, arenque, anchova, ovas de peixe e mexilhão. Procure orientação nutricional para maiores esclarecimentos.
E na hora de comprar fique atento as características que apresente condições de higiene e limpeza. É importante que o consumidor de preferência aos pescados frescos e com as seguintes características: brânquias úmidas e brilhantes, entre a cor de rosa e vermelho intenso, ausência de manchas, furos ou cortes na superfície, escamas firmes e resistentes, os olhos devem ocupar toda a cavidade, ser brilhantes e salientes, sem a presença de pontos brancos ao centro do olho e deve estar conservado sob refrigeração  com temperatura entre 0°C e -2°C.
Se você costuma optar pelo tradicional bacalhau, deve-se dessalgá-lo adequadamente, por meio de fervura, para evitar que o teor de sódio no alimento fique alto e não interfira em sua saúde , uma vez que seu consumo excessivo pode levar ao aumento da pressão arterial.
E para consumir deixo algumas dicas nutricionais:

·         Dê preferencia a peixes cozidos, assados e grelhados.

·         Retire o couro do peixe antes de consumir

·         Utilize temperos naturais, tais como: cebola, alho, tomate, pimentão e evite temperos industrializados.

·         No caso de pescados que já venham salgados, dessalge-os adequadamente para evitar o consumo excessivo de sal.